Campanha Presidencial

Faltam 5 dias para as eleições, fica aqui uma opinião sobre o que foi a campanha e a pré-campanha até agora.



Manuel Alegre, talvez o candidato mais “inocente”, até pode estar de alma e coração nestas eleições mas sinceramente não me convence! Parece-me sempre pouco preparado e pouco conhecedor dos assuntos mais importantes nacionais e internacionais. E apesar de todo o seu sentido de estado e de missão cai muitas vezes no ridículo das suas afirmações de combatente pela liberdade, não quer dizer que não sejam verdades, e até podem ser, mas parecem sempre ridículas neste estado das coisas em Portugal.



Francisco Louçã, é porventura o que melhor está preparado para o cargo, apresentou-se nesta candidatura disposto a falar dos assuntos mais importantes e por isso talvez não agrade tanto à população pois muitas vezes não percebe do que ele fala. Nos debates conseguiu distanciar-se de uma vertente mais radical que lhe é atribuída e assumiu-se como um candidato presidenciável. Ainda é pouco conhecido e conotado com ideias radicais e por isso não recolhe muitos votos nas sondagens, faltou-lhe mais debates para se mostrar claramente.



Garcia Pereira, o homem proscrito, sem direito de antena trava uma luta difícil, diz coisas muito acertadas mas o seu radicalismo em algumas alturas afasta o eleitorado que claramente não sabe quem ele é e o que diz. É pena que não tenha entrado em debates, poderia ter agitado mais as águas. A falta de democracia em Portugal assim ditou a sua derrota.

Cavaco Silva, o grande Messias voltou para ser o presidente-salvador, toda a sua candidatura assenta nestas premissas. Como único candidato da direita parte com grande vantagem nas eleições, a questão é saber se há ou não segunda volta. Suficiente nos debates, não precisa de ganhar votos, apenas não perder os que já lhe atribuem nas sondagens. Tentou sempre esconder a sua visão para Portugal, apoiando-se sempre em clichés e vagas declarações, os banhos de multidão favorecem-no, num pais em que as pessoas gostam de votar com os vencedores.



Mário Soares, partiu com a desvantagem da idade, mas rapidamente conseguiu suprimir esse estigma e afirmar a sua vitalidade, o problema é que a cara não esconde a idades e isso vê-se sempre apesar de dar mostras juventude, é um homem conhecedor dos assuntos importantes para o país mas a campanha não lhe esta a correr de feição, a propaganda não foi a melhor e a divisão nas hostes socialistas travou o seu caminho até Belém. Faltou mais debates para mostrar a sua diferença e a sua capacidade oratória.



Jerónimo de Sousa, o mais simpático dos candidatos, uma boa aposta para estas presidenciais. O grande problema é a conotação das pessoas com a ideologia comunista que ainda afasta muitos eleitores. Apaixonado no discurso conseguiu cativar muitos não comunistas, faltou-lhe uma maior clari-ficação do ideal comunista português, que ainda é muitas vezes conotado, maldosamente, com os exemplos totalitaristas estrangeiros, muito longe da realidade portuguesa. A Jerónimo a simpatia ainda não chegou.