quinta-feira, abril 20, 2006

Exploração Televisiva

Ao ver os programas da manhã nas televisões privadas e o padrão que se tem vindo a desenvolver nos últimos anos de exploração das tragédias alheias resolvi escrever uma pequena reflexão.
Ora, pois quando é que podemos falar de exploração? Se qualquer um for acusar o Goucha de exploração ele irá defender-se dizendo que as pessoas vão ao programa mas que também são ajudadas, logo é uma troca. Eles obtêm uma história (publicidade/audiências) e as pessoas vêm o seu problema resolvido. Mas será que é assim tão simples? Na minha opinião, não. Podemos dizer desde já que os programas de TV não estão a ajudar, ou a fazer uma boa acção quando apresentam estas histórias, antes de pensarem nas pessoas estão a pensar nos lucros que vão obter. Logo aqui podemos concluir que eles não são bons samaritanos. Por outro lado, admitindo que eles não fazem isto desinteressadamente com muitas vezes tentam passar, penso que ultrapassamos o momento de “troca” (se classificar-mos trocar dignidade por audiências uma troca justa) quando os apresentadores começam o seu chorrilho de considerações e julgamentos morais sobre as pessoas que se apresentam debilitadas. Os apresentadores e produtores destes programas podiam apenas apresentar as pessoas e suas histórias, não precisam de explorar os sentimentos com julgamentos morais e considerações de superioridade moral, aí passamos ao domínio da exploração, e isso, é um cancro que percorre as TVs de hoje…