Arrastões e marés

Eu logo que ouvi, na tv, que um grupo de 500 adolescentes coordenados tinham cometido vários crimes pensei que era uma grande treta. A história do "arrastão" de Carcavelos cheirou-me a exagero sensacionalista desde o princípio. Tenho muita pena que os meios noticiosos não pensem e filtrem as informações e que os jornalistas só se interessem em ter audiências “bombardeando” o povo com este lixo noticioso. Qualquer pessoa minimamente esclarecida e que tenha uma noção dos números não podia acreditar que 500 adolescentes pudessem aparecer na praia para roubar. Os meios noticiosos são os principais responsáveis pelo alarmismo e a onda de ódio que nos últimos dias se instalou no nosso país, com este tipo de notícias apontando sempre o dedo aos mesmos grupos de pessoas. Nos últimos dias, felizmente, a PSP tem desmontado a imagem inicial dos acontecimentos, como se pode ler hoje no Público. Os factos apurados são muito menos “espectaculares” do que o tremendo "arrastão" imaginado pelos media: no máximo, 40 pessoas terão cometido "ilícitos". Aliás, os roubos e agressões não terão sido muitos, já que só foi apresentada uma queixa por roubo e outra por agressão a um polícia. Temo que os restantes "460 indivíduos" presentes na praia foram considerados "envolvidos" por terem a mesma cor de pele do que os criminosos que resolveram, roubar carteiras e telemóveis. É este o país tolerante e não-racista que todos dizemos viver...